Criado para valorizar a figura feminina, o Dia Internacional da Mulher chama atenção, também, para as desigualdades enfrentadas no mercado de trabalho.
Embora as condições estejam mudando, o empreendedorismo feminino ainda enfrenta obstáculos e possui uma grande distinção em relação ao gênero masculino.
Conforme o estudo “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, do Sebrae, as mulheres correspondem a 46% dos empreendedores iniciantes. Além disso, sua participação no mercado era de 34% em 2022. No entanto, apenas 16% estão em cargos de liderança.
Por esse motivo, é fundamental chamar atenção, nesta data, para as dificuldades vivenciadas pelo gênero na abertura do próprio negócio, e entender como incentivar o crescimento do número de mulheres empreendedoras no Brasil.
A participação feminina no mercado ganha força
A participação das mulheres no varejo ocorre em diferentes frentes, especialmente quanto ao poder de compra.
Isso porque o público feminino movimenta 70% de todas as compras do mundo, e está se tornando mais participativo nesse meio.
Com a inclusão de novos cargos para mulheres na gestão e administração do varejo, torna-se possível desenvolver um ambiente mais participativo, inovador e voltado para o público majoritário.
O empreendedorismo feminino também é importante para atender às novas necessidades das mulheres empreendedoras. Atualmente, 53% das gestoras e donas de negócio são mães, que iniciaram uma empresa para sustentar sua família.
Esse espaço inclusivo permite que mais mulheres encontrem uma carreira no varejo, e desenvolvam seu projeto.
Segundo o Sebrae, em 2021, 24 milhões de mulheres estavam à frente de negócios próprios. No entanto, esse número chegava a apenas 8 milhões em 2014.
Em outras palavras, o protagonismo feminino no varejo é uma realidade, e está se espalhando para outras empresas. É o que comenta, inclusive, representantes do cenário.
“O mercado amadureceu, mas ainda é limitado para as mulheres. Empresas com um posicionamento claro em relação ao papel feminino, com certeza, sairão na frente”, aponta Priscilla Levinsohn, diretora de marketing do Colinas Shopping.
A busca por novos setores e atuações
Por outro lado, as mulheres no varejo ainda enfrentam uma série de dificuldades para se consolidar em igualdade com o gênero masculino.
Conforme o índice Bloomberg Gender-Equality Index, apenas 31% das cadeiras dos conselhos de empresas globais são ocupadas por executivas.
Além disso, segundo dados do Sebrae, embora o empreendedorismo feminino traga um nível de escolaridade 16% superior ao mercado masculino, as mulheres donas de negócios ganham 22% a menos que os homens.
Enquanto 49% das mulheres empreendedoras têm rendimento mensal de apenas um salário mínimo, o percentual masculino nessa faixa de remuneração corresponde a 35%.
Isso é um reflexo direto do mercado de trabalho tradicional, que possui uma cultura de remuneração inferior para o sexo feminino.
Entretanto, essa condição se repete para mulheres no varejo, e potencializado por outros desafios, como dupla jornada, assédio e julgamentos preconceituosos. “Nossa luta por igualdade tem dado alguns resultados, mas ainda é longa e não podemos parar”, comenta Priscilla Levinsohn.
Com isso, mais mulheres buscam outros setores e outras áreas para atuar, onde possam inovar e desviar de obstáculos que acompanham o preconceito de gênero.
Como incentivar mulheres no varejo?
Para incentivar as mulheres no varejo, é fundamental encorajar novas ideias e demonstrar apoio para o projeto de empreendedores próximas, sejam conhecidas, amigas ou familiares.
Além do incentivo financeiro, também é importante valorizar a presença do empreendedorismo em setores diversos, como o varejo, que trazem mais oportunidades para iniciantes e para quem quer ter o próprio negócio.
A superação de desafios como menor remuneração, julgamentos e assédio também depende do apoio de todos ao redor, mas é possível com auxílio de pessoas próximas que prestigiem o papel das mulheres no varejo e em todos os setores comerciais.